Nolan simplesmente transformou
uma franquia desacreditada pelo tom pastelão apresentado em péssimos filmes
como Batman & Robin em uma grande aventura épica. Reescreveu a história do
Batman focando a trama nos aspectos psicológicos apresentados pelo
personalidade dual de Bruce Wayne e Batman, na transformação de um menino órfão
e inseguro em um homem criado por um sentimento de vingança que se tornou um
grande herói.
Essa transformação, vista em “Batman Begins” é o grande elemento diferenciador de “Batman: O Cavaleiro das Trevas” e “Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge”, a importância das dores, das decepções e das encruzilhadas da vida colocadas num grande barril de pólvora constroem o Batman que ressurge num filme verdadeiramente grandioso.
“Batman – o Cavaleiro das Trevas
Ressurge” é um filme que extrai o melhor dos dois filmes anteriores, a
humanização do herói, a construção de um roteiro de ação que prende o
espectador durante quase três horas que voam como os morcegos e deixam uma
ponta de nostalgia ao saber que o encontro de Nolan e Bale com o homem morcego
termina, ainda que de forma grandiosa.
Quanto à comparação com o filme
anterior, aqui também vemos um poderoso vilão que exala maldade pelos poros,
responsável por impor à Nova York à la Blade Runner, Gotham City, um caos maior
até do que o causado pelo Coringa de Ledger, e somos brindados com uma ótima
atuação de Anne Hathaway como a mulher-gato, o que permitiria alcançar o
carisma louco do Coringa, mas a importância dada à construção psicológica do
próprio Batman permite considerar o desfecho da trilogia o melhor filme de
quadrinhos já feito pelo Cinema.
Nolan mostra mais uma vez que é capaz de dirigir verdadeiras obras primas, razão pela qual sua criatividade não pode ficar adstrita a uma série, ainda que essa série seja o maior clássico dos quadrinhos e seja aplaudida nos cinemas ao fim da sessão. Vá ao cinema assistir e presenciar a história do Cinema sendo escrita.
Não sei se toda lenda tem seu fim, mas toda a história tem... ainda que se escreva a História com a estória.
Nenhum comentário:
Postar um comentário