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quarta-feira, 13 de junho de 2012

Filmes 2012: Os Vingadores




A Marvel Comics foi fundada em 1939, mas conseguiu seu primeiro grande sucesso ao criar o Capitão América, em 1941, ano em que os EUA entraram na II Guerra Mundial após o ataque a Pearl Harbor. A criação do heróico militar que despertava o patriotismo no povo americano e nos próprios soldados convocados para lutar na guerra foi bem traduzida em imagens no filme lançado em 2011, Capitão América – o Primeiro Vingador.





Após um período de crise no pós-guerra, no final dos anos 50 a concorrente da Marvel, DC Comics lançou a revista da “Liga da Justiça” buscando alterar o conceito de herói individual com o maior apelo junto ao público de uma interação de heróis em busca de um ideal comum.



Os Vingadores foram lançados já no início da década de 60 como uma resposta da Marvel à iniciativa da DC Comics, mas com o padrão Marvel de heróis, mais próximos da realidade e distantes da perfeição estampada em personagens como o Super-Homem. Nesse sentido a figura do Homem-Aranha é emblemática, pois o herói inicialmente não se preocupa com a funcionalidade social dos seus poderes, ele alterna a busca pelo sucesso fácil com situações de conflito interno que só vão ser sobrepostas pela busca consciente de uma salvação da humanidade após a morte de seu tio.



A ausência de rigidez moral dos heróis da Marvel é vista em várias cenas de luta entre os heróis, vistas no filme, bem como na aparente ausência de um heroísmo baseado no altruísmo puro. Nesse ponto heróis como o Homem de Ferro e Thor ganham a simpatia do público pela sua megalomania e arrogância, e pelos atos de heroísmo que essas características despertam.






A diferença entre os personagens é um dos maiores atrativos do filme, pois se de um lado o Capitão América ostenta a hierarquização burocrática de um exército, um exibicionista Homem de Ferro ostenta a genialidade criativa em prol do heroísmo, e tem disparado as melhores falas do filme.


A troca de Edward Norton por Mark Ruffalo permitiu uma melhor exploração do conflito interno que vive o médico e monstro Hulk, um gênio comparado a Stephen Hawking em determinado momento do filme.








Se você acha que o cinema é apenas uma forma de manifestação de arte, e olha para um filme como “Os Vingadores” como uma forma pura de gerar a máquina capitalista hollywoodyana, não se esqueça que o cinema também é um grande espetáculo, e isso fica claro num filme como esse, e que se os heróis representam simbolicamente a superação das limitações, das angústias e da impotência em face das situações, ordinariamente colocadas como parte de uma vida comum num dia comum num discurso comum, nem só de apatia vive a sociedade, em pequenos ou em grandes gestos, a cada dia, surgem pequenos ou grandes heróis, sem os quais os sonhos seriam muito mais tristes que o brilho das estrelas. Assista no cinema e não saia antes dos créditos terminarem, você estará vendo o maior espetáculo da terra em ação.

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