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sábado, 16 de fevereiro de 2013

Oscar 2013 - Ator Coadjuvante, que vença o melhor

Os americanos acreditam que personagem coadjuvante é um personagem menor mas, por razões mercadológicas, criaram essa premiação como se fosse uma espécie de medalha de prata. “Você apareceu tão bem nessa pontinha que vamos te dar um prêmio de consolação”.

Mas o peso do personagem coadjuvante pode ser tão grande que, às vezes, até se destaca mais do que o personagem principal. Além disso, a simples indicação ao Oscar promove o ator e o filme comercialmente, ajudando a faturar mais alguns milhões de dólares e aumentando o valor do cachê do ator, pois ele será convidado para outros filmes e comerciais.

Visto que os americanos dão importância ao coadjuvante na mesma medida em que brasileiros dão importância ao político candidato a vice, não importa muito se o cara é velho e feio, se tem religião ou qual seja a orientação sexual. Então, pelo menos para o coadjuvante, o talento talvez seja mais relevante.

Comentemos sobre os indicados:

Alan Arkin, 78 anos, pelo personagem Lester Siegel, o produtor de cinema no filme Argo (2012). O ator não faz nada demais, porém, com o alto poder de influência de Ben Affleck, chegaram ao ponto de dizer que ele brilhou na tela. Disseram o mesmo do gostosão Jeremmy Renner, um ator canastrão indicado ao Oscar no igualmente medíocre Atração Perigosa (The town, 2010), um verdadeiro sucesso de crítica comprada. Enfim, ser amigo de Affleck é um bom exercício para os alpinistas do sucesso cinematográfico. Esta é sua quarta indicação ao Oscar, já ganhou um – Pequena Miss Sunshine (Little Miss Sunshine, 2006), e foi indicado outras duas – Por que tem que ser assim (The heart is a lonely hunter, 1968) e Os russos estão chegando! Os russos estão chegando! (The Russians are coming! The Russians are coming!, 1966).

Christoph Waltz, 56 anos, pelo personagem Dr. King Schultz, em Django livre (Django unchained, 2012), este ator super aclamado internacionalmente já ganhou um Oscar há dois anos por Bastardos inglórios (Inglourious basterds, 2010), onde interpretava um nazista filho da puta de tal maneira que fazia qualquer espectador se roer de ódio e desejo de vingança. Dessa vez ele interpreta um caçador de recompensas que é contra a escravidão e o preconceito racial. Evidentemente que ele trabalhou muito bem, mas entendo que Leonardo DiCaprio merecia mais a indicação por ter composto um personagem escravagista e preconceituoso tão odiável quanto o nazista de 2010. Inclusive ambos foram indicados ao Globo de Ouro, mas quem ganhou foi o Chris (para os íntimos).

Philip Seymour Hoffman, 45 anos, pelo personagem-título do filme O mestre (The master, 2012), Lancaster Dodd, um líder espiritualista que mesclava ciência e misticismo. Muita gente jura que o filme é uma crítica contra a Cientologia, um sistema de crenças fundado em 1952 por L. Ron Hubbard que possui vários adeptos famosos, tipo Tom Cruise. Mas o filme não faz referência a nenhum grupo específico, inclusive, a apresentação dos personagens religiosos é dúbia, ficamos sem ter certeza se eles são loucos mesmos, hipócritas deslavados ou apenas se deixaram levar pelo entusiasmo que é comum acontecer a quem se converte a qualquer tipo de associação, seja religiosa, política ou científica. Este filme é um prato cheio para os psicanalistas e estudiosos do comportamento social religioso. O mestre do movimento, Lancaster Dodd, é visceralmente interpretado pelo ator, sendo um personagem tão principal quanto o de Joaquin Phoenix. Foi indicado ao Globo de Ouro e ganhou o Critic's Choice pelo papel. Ele já ganhou o Oscar por Capote (2005), e foi indicado por Dúvida (Doubt, 2008) e por Jogos do poder (Charlie Wilson's war, 2007).

Robert De Niro, 69 anos, pelo personagem Pat Senior (o pai do personagem principal, Pat), no filme O lado bom da vida (Silver linings playbook 2012). Acredito que o ator foi indicado mais pelo bom desempenho do elenco do filme do que pelo desempenho individual. Chris Tucker teve uma participação muito mais interessante e memorável como o amigo de Pat do manicômio. Inegável que Robert De Niro trabalha bem, pois não é à toa que seja tão aclamado pela crítica e amado pelo público. Já ganhou dois Oscar – Touro indomável (Raging bull, 1980) e O poderoso chefão 2 (The godfather: Part II, 1975) e foi indicado outras quatro vezes – Cabo do medo (Cape fear, 1991), Tempo de despertar (Awakenings, 1990), O franco atirador (The deer hunter, 1978) e Taxi Driver (1976).


Tommy Lee Jones, 66 anos, pelo personagem Thaddeus Stevens, em Lincoln (2012). Para ele receber tal indicação devem ter achado o máximo ele interpretar um septuagenário que namorava sua empregada negra, em uma nação racista, na segunda metade do século XIX. David Strathairn teve uma participação mais relevante e ninguém deu a mínima. É sua quarta indicação ao Oscar, ganhou por O fugitivo (The fugitive, 1993) e foi indicado por No vale das sombras (In the valley of Elah, 2007 e JFK – A pergunta que não quer calar (JFK, 1991).



Meu voto: Philip Seymour Hoffman
Quem eu acho que vai vencer: Philip Seymour Hoffman, porque seu personagem é tão importante quanto o principal.

Um comentário:

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